GRANDES FESTAS

DO

DIVINO ESPíRITO SANTO

DA

NOVA INGLATERRA

 

Breviário Histórico

"Pequenos passos fazem grandes caminhadas"

Segundo o formalismo tradicional do competente Livro de Actas, o "arranque" inicial das Grandes Festas do Divino Espírito Santo da Nova Inglaterra aconteceu no dia oito de Março de mil novecentos e oitenta e seis, no escritório do Comercial dos Azores, Inc., em Fall River. Para o efeito, várias pessoas da área haviam sido previamente convocadas.

Embora a devoção ao Divino seja considerada como um dos mais distintos capítulos da história da imigração açoriana, aliás copiosamente ilustrada, desde o século XIX, pelas Irmandades e Impérios existentes nestas paragens, a ideia de congregar todas essas irmandades (compreensivelmente dispersas pela geografia e também pela ancestralidade insular) numa Grande Jornada de Convivio étnico-religioso, fervilhava na mente e no coracão de muitos imigrantes.

Em pleno coração da década de 80, época em que nos E.U.A. (e também nos Açores) a generalidade da população trabalhadora vivia momentos felizes de abundância, a1guns espíritos dinâmicos vislumbraram as condições psico-sociais para "enquadrar" o, povo imigrante sob o estandarte do Divino.

Assim, o imigrante Heitor Sousa, oriundo da freguesia de Rabo de Peixe, Ilha de São Miguel, reconhecido devoto das tradições açorianas, teve então o engenho de "descobrir" não só a oportunidade, mas teve ainda a boa sorte de encontrar colaboradores dedicados; teve, sobretudo, a perspicácia de cultivar "terreno-comum" para urna nova "união" entre as gerações espalhadas pela diáspora, colocando-as sob o estandarte inconfundível do Divino.

Fica assim registado que, devido a uma simples cavaqueira entre dois imigrantes amantes das tradições e costumes da sua terra de origern, na circunstância os micaelenses Heitor Sousa e José R. Costa, nasceu a "faisca" benigna que, mais tarde, havia de semear abundantes labaredas de entusiasmo na mente e no coração de muitas outras pessoas de outras ilhas, juntando-as solidariamente, numa grande festa unitária em honra da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.

Assim foi.

Reconciliação popular na alegria do Espírito Santo

Na Nova Inglaterra os invernos são geralmente longos e frios a valer! Não raro a neve permanece semanas a fio na orla das estradas e à beira das casas. Muitos dos imigrantes oriundo.s de climas temperados (como é o caso dos Açores) sentem-se forçados ao refugio caseiro, quase perdendo o apetite da convivência.

Pelos vistos, os imigrantes que acorreram ao Comercial dos Azores, naquela noite de Março de 1986, nem sequer deram conta da invernia que fazia: traziam os corações suficientemente aquecidos pela antecipada alegria das Grandes Festas, na circunstância programadas para os dias 8, 9 e 10 do mês de Agosto daquele ano.

Efectivamente, no dia. 8 de Março de 1986, segundo ficou exarado em acta, os participantes acordaram unanimemente na realização anual das Grandes Festas do Divino, em Fall River; no convite a todas as Irmandades do Espirito Santo, Mordomias e Bandas Filarmónicas Luso-arnericanas; que o complemento recreativo e cultural das festividades fosse instalado no sector Sul do Kennedy Park; que o escritório do Comercial dos Azores, Inc. fosse designado como Sede provisória da Comissão Instaladora das Grandes Festas. Ficou ainda sub-entendido que as cerimónias religiosas alusivas A Coroação fossem realizadas na majestosa Igreja de SantAna, junto ao Kennedy Park.

Descobrir o caminho à maneira que se avança...

A primeira etapa

Curiosamente, já ninguém se lembra do pessimismo enfadonho dos chamados "profetas da desgraça" - gente sempre ligeira a decretar sansões ou a vociferar anátemas contra a "ousadia" de honrar o Divino à revelia dos limites impostos pelo paroquialismo retrógado.

A vontade do povo é imparável.

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